Mais um pra ninguém.

Há pouco mais de dez anos, escrevo nesse blog pra ninguém.
Escrevo pra mim, pra me libertar do peso das palavras.
Tento de forma incessante, manter a arte viva em cada instante da minha vida.
Da minha história.
Mas sinto que com o passar dos dias me desgastei.
E o que deveria me fazer me sentir bem, arrasta me lentamente pra tristeza.
Cerquei me de arte por todos os lados, música, marketing, criação, composição, poesia...
Quem diria que um dia eu sufocaria com o silêncio da arte que faço pra ninguém?!
Não são sonhos apagados porém...

Mas escritos num caderno de cabeceira, em folha descartável, como qualquer outra besteira.
Talvez com o tempo eu perca o jeito com as palavras, 
como perdi o jeito de viver feliz.
Trilhei o caminho que a vida quis.
E se houver alguém aí do outro lado, um conselho: leve a vida que quiser levar, não deixe a vida te levar.
Arrastar contra as pedras, afundar no mar.
 
Vou intercalando essas linhas com goles profundos numa xícara de chá.
Essa é minha mensagem na garrafa, vou alça-la ao mar...
Onde entre as multidões de criadores e criações eu desejo que muitos desses corações encontrem espaços pra velejar.
Sou marinheiro aposentando, um velho lobo do mar.
Naufragado em uma ilha do próprio ser.
Tentando não ser, pra vida continuar...

Em breve escreverei meu último pra ninguém.
Pra me despedir dos códigos e também das estrelas sempre a brilhar.

O céu não abriu e já vai amanhecer!
Sinto me triste e incompleto também...
Mas por mim, tudo bem.

@izzy_frog

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