Poesia de boteco
Se eu conseguir perder o medo que me prende ao chão, serei capaz de voar?
Se eu beber a vida aos goles, vou enjoar?
cansei do conta-gotas, das atitudes polidas e pensadas.
da vida medida, pesada, devidamente planejada!
Cansei-me dos scripts, dos códigos e programações!
decidi sair da forma, errar a fórmula, entregar perdões.
perdões há muito tempo engasgados, perdões a mim, a outrem...
as minhas palavras, atitudes, amores perdidos e antigas canções.
Entrego a ti, essa má poesia,
em versos que jamais faria…
como uma conversa de boteco entre “campeões”
Primeiro poetas de quarto e agora dois velhos amigos
Num pé-sujo numa esquina qualquer.
A idade chega, meu amigo e é irrefreável,
É mesmo tempo de fazer as pazes com o passado
E estar preparado pra o que der e vier.
Daqui pra frente a única coisa de fato certa é o incerto.
A idade nos tira a coragem da juventude
E já não me resta a petulância e nem o direito
Do muito prometer sem nada cumprir.
Agora é hora de caminhar entre estradas tortas um caminho reto,
Rumo a algum lugar, quero dizer.
Sem medo, sem fugir.
Deu pra sacar?
Deu pra sacar e secar mais uma garrafa.
A vida embriaga, seria essa a graça?
não há idade pra dançar na chuva!
rir da desgraça.
seria eu um homem envelhecido em barris, feito cachaça?
Cachaça ou bom vinho.
O pé que esmaga a uva é o nosso caminho.
Tem sempre uma pedra, sempre um tropeção.
Fazer o que né? É isso que dá caminhar pela vida
Embriagado pelo cabe no coração.
A vida precisa de pausa,
De caminhar sem pressa.
Caminhe no passo dos pés
Cante, enquanto isso, uma canção!
E se o Frodo não tivesse saído do Bolsão?
E por falar nisso. Traz um petisco aí, oh garçom!
Pra acompanhar, mais uma bebida, bem gelada
Uma Vida, na boa medida,
Daquelas bem temperadas!
Do tipo que o prato mal chega à mesa e a gente logo ataca.
Que é pra que no fim do caminho,
Não estejamos sozinhos.
E ao fim da vida, ela seja ressaca.
Escrito por José Nilson Souto JR e Luiz Carlos Frog.
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