Melhor que nada.
Como de costume, escrevo pra ninguém.
Como tenho feito nos últimos, quase 10 anos.
Hoje acordei mergulhado no meu inferno particular até o pescoço.
Olhei pro ano que acabou de apagar a luz e fechar a porta.
E percebi que nunca em minha vida estive tão sozinho quanto agora.
Nunca antes precisei mendigar amor.
Ou me contentar com migalhas.
Nunca antes fui minha única companhia na maior parte do tempo.
Nunca antes tentei desistir da vida tantas vezes, a ponto de tentar de forma propriamente dita.
Falei sozinho, amei sozinho... chorei, suportei, passei mal... e quase morri.
Sozinho.
Ninguém desconfiou de nada.
Ninguém se preocupou.
No fim das contas descobri que só faço diferença pra mim.
E hoje, num pós ano novo...
Espero que esse clima de vida nova me traga motivação.
Pra ser por mim e só!
Pra dar aos outros o que eles tem me dado.
E fazer desse vazio, uma tela em branco pra pintar.
Já que, a morte não me quer.
Vou viver a vida como puder.
E tentar não desistir dela,
Embora minha tela em branco esteja pra sempre vazia.
Continuo entregando aos outros o que ninguém me dá como retorno.
Quando esgotar-me o amor, o afeto e o carinho
Ficarei de vez sozinho, pra não dar aos outros, o que hoje me dão.
Assim, embora triste, saberei não ter vivido em vão.
Até lá o que resta? Viver das migalhas... E com elas fazer festa.
Ainda é melhor que nada.
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