Por que falas?
Há
já algum tempo,
um
longo e penoso tempo,
desde
que as palavras
fugiram
de mim
rumo
ao papel
uma
última
E
nessas horas, devo alertar
é
como estar mudo;
como
se não
pudéssemos
pensar.
É
como estar triste
sem
poder chorar
ou
estar alegre
e
não poder sorrir,
estar
em pânico
e
não poder fugir...
É
como se um fogo queimasse no peito
sem
que se pudesse batalhar.
E
foi aí então que
ao
ouvir a voz dos mestres
falando
do poder que têm as palavras
e
usando do seu objeto de estudo,
elas
mesmas,
para
nos transmitir pensares e pareceres;
pude
então perceber e posso agora tentar
e
apenas tentar, vacilante e incerto responder á pergunta
aquela
mesma que antes me fiz.
Falo,
não pra comunicar ou informar
falo
não mais pra ser ouvido
pois
são poucos os que tem o privilégio da audiência.
Falo,
pois se não falasse
me
partiria em mil
falo
(e muito)
porque
muito sinto,
e
porque, sinto muito,
ainda
há muito pelo que lamentar.
Falo
(oh título interrogativo!)
Porque
o pior surdo é aquele
que
tem ouvidos, mas não ouve,
não
reflete e não pensa.
Falo,
não porque mereça ser ouvido,
mas
porque não aguento ouvir meus pensamentos.
Falo
porque penso,
e
meus pensamentos
quase
nunca são os certos,
mas
ainda assim são meus
Falo
porque sinto, e isso já disse,
mas
não sou exemplo a ser seguido,
falo
porque alguns pensam e existem,
e
se nossa fala
é
a válvula que deixa vazar o que pensamos,
eu
falo, logo existo,
e só existo porque falo.
Por: Nilson Souto Júnior
(Texto registrado)
e só existo porque falo.
Por: Nilson Souto Júnior
(Texto registrado)
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