Pela ausência
Tenho ouvido muito falar,
Como num texto exaustivo e replicado,
Que o poeta ao grafar
Escreve por aquilo que lhe
foi roubado.
O poeta escreve por nostalgia,
Sofre de dor e saudade de um
dia
Um dia que nunca viveu...
E talvez por isso crie.
Talvez invente histórias
Porque o mundo em que se vive
é vazio
Vazio de outros olhares e de
outras glórias,
Que não sejam aquelas já
empoeiradas,
Que já se empoleiraram em
nossas mentes.
Se Precisa urgente de outra
forma.
De outro jeito de ornar,
De outro jeito de olhar.
De outros jeitos...
É preciso sentir falta:
Do amor que não se sentiu,
Da chama que não ardeu,
Da chama que não ardeu,
Dos olhares que não se encontraram,
Do abraço que não se deu
Das palavras que vocês não trocaram,
Das palavras que vocês não trocaram,
Dos sonhos que sonhamos,
Das quedas que sofremos.
E de cada vez em que nos levantamos.
E de cada vez em que nos levantamos.
Pela ausência da rima
Pela presença dela
Quando a última silaba sonante desaparece
Mas não nos irritemos irmãos
Poetar é representar a vida;
E viver é “descadente”
Sem rima, sem verso e sem metro
Viver é uma cadência por vezes decadente.
Viver é uma cadência por vezes decadente.
Precisamos já de ausências
De espaços pra preencher,
De saudades pra matar,
De papel pra escrever,
E de sonhos pra realizar.
E de sonhos pra realizar.
Por José Nilson M. Souto Jr.
(Texto registrado)
(Texto registrado)
Nilson ... Meu velho , quantos dizeres !
ResponderExcluirParabéns , excelente poema .
A nossa querida Henriqueta precisa por os olhos no seu texto... ela vai se orgulhar.
Mais uma vez, parabéns.