Sobra-me

Sobra a dor do silencio, do desprezo.
Sobra o grito abafado no peito.
Meu defeito.
Sobra em mim saudade, verdade seja dita.
Seu sorriso, meu amor, nem cogita fingir existir longe de mim.
E assim, quem sabe não acabe essa aventura torta.
E não me traga o vento, notícias boas pela porta.
Um acalento.
Teu silêncio é tudo o que basta.
É o que me afasta mais e mais pra dentro do oceano.
Teu engano seria, fingir ser amor.
Pedir pra amar e amanhecer à deriva no mar.
Sem reconhecer, sem pensar.
Que no fim do barco, meu devaneio preferido.
Perde o sentido e também o freio.
Acordo tarde da noite assustado.
Procuro pelo lado bom de ainda lembrar.
E esqueço que ao avesso do outrora
Agora não há porque...
Não há você.
Não há bem estar.
Resta-me então um resoluto silêncio.
Uma fagulha amarga de saudade.
Um sorriso singelo, chegando tarde.
E o brilho nos olhos de quem não vai voltar...
Mas se ficar preso no agora?
Essa tua demora, será que vai passar?
E encontrar em teu peito um caminho perfeito...
Que te traga pra cá!
Que lhe trace um caminho preciso,
Contorne em sua boca um sorriso...
Só por fazer-te lembrar.
Dá chuva caindo entre nós e a calma sincera na voz,
De quem ousa quebrar protocolos.
Pra ter alguém com quem dançar.
Sobra me a dor,
Sobra me o outrora.
Sobra-me o agora...
Que agora
Virá

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Luiz Carlos, Frog.
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