Dilúvio De Memórias

A chuva cortou o céu e
Luzes riscaram as plúmbeas nuvens
Como se fossem as pinceladas claras de Deus,
Caprichoso como Ele é, querendo sempre

Pintar de belas cores o cinza solitário das nuvens.
Deus traçou o céu com raios de luz e eu lembrei.

Dilúvio de memórias.



Eu lancei meu encanto aos céus,
Querendo, petulante como sou
Sempre, participar ativamente do espetáculo da precipitação
Das águas sobre a Terra.
Quis ser maestro da sinfonia dos trovões.

Dilúvio de memórias.

Tive saudades de tempos em que comungavam
A água, o fogo e a praia...
Pensei se você ainda está por aí,
Vestida de negro em terras tropicais.
Como será que avança a alvura dos cabelos que,
Já na sua mocidade,
Não faz muito tempo,
Travava batalha com os fios negros?
Deixaram um rastro idoso, sábio, na tua face de menina triste.

Dilúvio de memórias.

Como será que vai tua vida, querida amiga?
Como estão seus negros olhos vivos,
Irritados e rajados de relâmpagos
Prontos a sitiar um aluno rebelde e petulante?
Um pavão.

Dilúvio de memórias.

O orgulho vai morrendo, querida amiga,
Alegremo-nos juntos,
Mas meus erros se amontoam até quase
Alcançar o alto teto do meu quarto.

Dilúvio de memórias.

Já não estou só querida.
Ao que parece encontrei quem divida comigo a vida,
As vidas múltiplas que se vive numa só.
E sobre a poesia:
Eu ainda tento e traço em versos um…

Dilúvio de memórias.

Chove lá fora
E eu agradeço a Deus pelo presente
Dilúvio!


Por: Nilson Souto Jr.

  2 comentários:

  1. E você hein?!!! Sempre me trazendo um dilúvio de memórias da nossa mocidade... Muito lindo!!! Adorei!!! Parabéns!!!

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    1. É bom ver um velho rosto amigo! Muito obrigado, irmãzinha! Te amo, viu?!

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