Estrelas de um céu nublado

Lembraria cada sorriso se não me fosse triste.

Desistiria das palavras se insistisse em dizer.

“não fala nada e só me beija”

Mas não é isso que desejas.

Então aqui estou eu... Usando-as outra vez.

Pra marcar no papel com esta pena e a tinta preta

Cada sentimento... Cada momento que eu não tive.

Certezas que a gente não vive.

E nem vai viver.

A solidão se fez necessária.

E aqui está um retrato raro e claro do que de fato se chama viver.

Permitir-se navegar no silêncio.

E afogar-se em coisas que ninguém deveria se quer pensar em viver.

Tornar-se parcialmente maquina... E possivelmente maquinar planos de uma vida em vão.

Se não, viver a vida sem pensar.

Sem respirar.

E nem se quer pestanejar.

Mergulhar do topo de um prédio pra tentar voar.

E se esborrachar de cara no chão.

Cair em vão.

E não conseguir levantar.

Por que as pessoas que antes estavam ao seu redor, não vão notar!

Somos desprezíveis. E tornamos as pessoas que precisam de nós invisíveis! Até o momento em que de fato nós precisamos delas.

Aplausos então para os pouco idiotas que ajudam sem olhar.

E enxergar o que ninguém mais quer enxergar.

Aos senhores de caráter capazes de pensar.

Questionar.

Amar.

E viver.

A vida de verdade... Não essa que eles querem que você venha a ter.

Presa num aquário imerso a falsidades e pessoas que não sabem nem se encontrar.

Por que de fato nunca tiveram de tentar se encontrar.

Por isso cabe a eles o dever de ignorar...

E permanecer em algum lugar, onde ninguém mais está!

Quanto a nós, vamos outra vez levantar!

Tentar, lutar.

E conquistar! Existe um plano maior.

Uma razão maior.

Um motivo para continuar.

... E quando lá chegar.

Ninguém tomará nem o seu e nem o meu lugar.

~

Luiz carlos, Frog.

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