Os olhos maliciosos da humanidade

Mais uma vez eu volto a me questionar sobre esse mundo que está diante dos meus olhos, mundo esse que se afunda cada vez mais em malícia, maldade e sujeira. Maldade essa que não é física, não causa dano aparente ou chaga que doa na carne; esta é sim, uma maldade que se instalou na mente do homem deste tempo e que fede mais que a lama de pântanos cadavéricos.
O homem deste tempo é malicioso de berço e adestrado a procurar a sujeira em cada ato ou palavra, pois ele vive num mundo onde nada é feito com pureza, nada se faz que não tenha como objetivo aquilo que se chama de segunda intenção; onde uma palavra não diz aquilo que deveria, mas traz oculto em suas sílabas um sentido distorcido.
Eu mesmo já disse antes: o homem usa máscaras de dogmas sociais. Essas máscaras, por vezes, servem para ocultar a maldade e a falsidade contidas em um aperto de mão ou em um sorriso cordial, para que o homem pareça amigo dos que ele na verdade odeia mas tem medo de admitir, pois perderá laços de interesse.
Este é o mundo em que vivemos: um mundo em que estamos cada vez mais próximos e igualmente distantes um dos outros, ligados apenas por teias pegajosas de falsidade, interesse, mas nenhum bom sentimento.
Há ainda um outro lado deste malicioso mundo: o lado das pessoas que procuram sentir e não apenas se interessar, o lado daqueles que são claros no que dizem, que expressam o que pensam sem temer represálias. São pessoas que sofrem com a maldade e crueldade do resto do mundo, pois todos os seus atos são ditos atos maliciosos, e suas palavras são tomadas para outro sentido que não o original.
Até quando não será possível abraçar uma amiga, uma irmã, sem que vejam esta demonstração de carinho com olhos maldosos? Até quando uma moça não poderá deitar sobre o ombro de um amigo sem que a julguem por mil diferentes delitos? Até quando os sorrisos serão falsos e os apertos de mãos sinais de interesse?
Estas, meus caros, são perguntas para as quais eu, que sou apenas um homem inconformado tentando fazer minha parte, não tenho resposta. Sei apenas de uma coisa: a mudança deve começar em cada um de nós.

Por: José Nilson Souto Jr.
Texto Registrado
02/04/2011

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